Por Welton Roberto
Já são mais de 700 mil clientes enganados e uma dívida que não para de assumir números estrondosos: 2,5 bilhões de reais em dívidas. A empresa pediu recuperação judicial que é a tentativa anterior ao falimento, ou seja, quando todos os ativos não conseguem pagar todo o passivo.
Mas aqui fica um posicionamento. Claro e evidente que a 123 milhas utilizou de uma pirâmide financeira para poder tentar vender o que não possuía para aqueles que ele já havia prometido entregar o que não podia: pacotes e passagens muito abaixo do preço de mercado. Os seus proprietários já sabiam disso quando deram a cartada final: foram ao mercado com propaganda agressiva e prometendo valores de passagens nacionais e internacionais surreais. A fraude? Dizer que se tratava de compra de milhas de terceiros e que por isso eles conseguiam valores melhores.
Era um golpe!
A pirâmide ruiu em menos de 3 meses. E aqui em nosso ponto de vista o crime de estelionato, cuja pena varia de 01 a 05 anos de reclusão pode ser enquadrado para cada vítima deste golpe que não só destruiu sonhos de famílias inteiras, mas colocou em xeque todo o sistema de bônus de milhagens praticado no país. Aos que foram lesados sugerimos consultar um advogado com expertise nesta área para tentar atenuar danos e ser feita a verdadeira justiça.
Aos que não sabem como identificar uma pirâmide financeira, aqui algumas dicas para que não caiam mais nesse golpe: 1. Fique alerta para vendas em tom exagerado com muitas promoções e prêmios; 2. Certifique-se dos valores praticados por empresas que forneçam o mesmo produto e bens e compare, aqui vale a máxima popular, esmola demais, desconfie sempre; 3. Se precisam falar que aquilo é legal é porque algo não é, sempre procure um profissional para consultar sobre investimentos com potenciais riscos e promessas de ganhos irreais; 4. Geralmente uma pirâmide funciona somente no início, logo, não acredite que porque um amigo recebeu que o negócio dá certo; 5. Pesquise o histórico da empresa em sites de tribunais onde ela tem sede, reclamações junto ao sistema de proteção ao consumidor; 6. Esteja atento a propagandas massivas e em grande quantidade de forma repentina; 6. Na dúvida, procure sempre um advogado.
O mais irônico de tudo isso é que a justiça proibiu os donos da empresa de saírem do país, para que respondam futuras ações cíveis, consumeristas, tributárias, trabalhistas e penais e que paguem pelos danos e crimes que cometeram. Já os clientes, bem, estes nenhum juiz teve que dar tal decisão, ela já tinha sido decretada pela própria 123 milhas…